sexta-feira, 15 de julho de 2016

Doce insensatez...



" Noite incoerente
desejo desregrado
coração acelerado
minha pequena entregue...

Em minhas mãos
encontrasse sua insanidade
seu clamor, sua dor, seu amor
chama efemera a brilhar por mim...


Absurdo
minhas marcas em seu corpo
tapas, mordidas, abraços e mordaças
seu corpo imóvel, entregue 

em cada fibra ao seu prazer...

Disparate de sons
gemidos altos e longos
murmúrios de mais
reza de volúpia luxuria...


Nossa dança imprudente 
belo corpo servindo de instrumento
dedilhar habil e sagaz, buscando

invadindo, procurando, caçando seu interior...

Simbiose louca, tensa, densa
corpos unidos em lenta marcha
troca intensa e sedenta

cada tom em mais fino balanço...

Cegueira açucarada 
todos os caminhos percorridos
dadivas buscadas e entregues 
em suor, saliva, gozo e prazer...

Heresia dessa reza profana
em seu ultimo terço 

voltamos ao começo
sorrindo, desafiando, uma nova rodada...

Manhã de deleite 

fome saciada, desejo satisfeito
corações unidos, peito com peito, respiração una
minha pequena, seu senhor, 
nosso querer perdido, nessa doce insensatez..."