quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sou assim...


" Gosto de olhares,
     pensamentos,
     sentimentos.

Me atrai
    muito mais
    um flerte,
    uma provocação,
    um rubor incontrolável.

Sou assim simples,
    não ligo para aparências,

    esses externos,
    pois eles sempre mentem.

  Todos mentem...   "

Micro conto: Fadas do mundo real.



Quando sentimos algo
   e não falamos.
Damos vida a uma pequena interrogação.
Ela pode viver em várias partes de nosso ser,

   mas normalmente encontrada
   entre sonhos e desilusões. 

É um bichinho matreiro,
   que se esconde atrás
   de uma ironia

   ou de um devaneio.
Pode se inflar no meio de uma discussão...
E ai já viu,
  se transforma em uma torrente

  um querer, 
  terrível tempestade,
  cuspida e vomitada.
Mesmo hibernação da sinais de existência,

   insistência... 
Por fim esses seres soltos e acumulados
   em uma pessoa podem gerar
   conflitos, dúvidas , declarações.
Resultando em desastres anunciados

   em bocas descontroladas
   mãos inquietas 
   e mentes ansiosas.
Cuidado com esses seres, dificilmente 

   encontrados e raramente largados.

Cativeiro...


" Sou um prisioneiro
Homem jogado no chão
Atado sem nós
Imóvel com olhar...

Visão se perde
Suas curvas a enfeitiçar
Me fazer perder
Razão, compostura, lógica...

Sem me olhar
Me sonho atraído
Traído pela ânsia
Cheiro, pele e calor...

Com grilhões apertados
Sigo cada movimento
Seria um animal a espreita
Se eu não fosse a presa...

Como um artista
Pincel ou formão na mão
Devaneio com suas formas
Almejo sua perfeição...

Cada novo detalhe o cárcere aumenta
Cada fino ajuste a prisão se torna intransponível
Suaves escolhas adornam essa clausura
Doce olhar  a sufocar...

Poeta escravo
de musa inalcançável
Inacessível amor
idolatria perversa...

Assim a cela se fecha
Renova em grades de jaula imaginária
escritor apaixonado
Por sua musa de papel... "

Micro conto: Promessas...


Hoje eu cumprirei.
Todas essas promessas antigas.
Uma a uma eu juro.
Vou dizer para ela que a amo, 

   que iremos casar em pleno inverno,
   como ela tanto pediu.
Levarei minha pequena para brincar.
Arrumarei aquele maldito telhado,
    temia a pingar.
Vou emagrecer e me tornar melhor.
Espero não sonhar novamente,
   aquele maldito pesadelo,
   todos choram em meu enterro,
   alias...
... Não me lembro que dia é hoje.
Nem o de ontem.