terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Caixinha de musica...



" Minha vida assim
Uma caixinha de musica
Melodia repetida
Um sem fim
De mesmas notas
Mesmas voltas
Melancólica beleza
Entre doces sonhos
Engavetados, jogados as traças
Afinal a esperança sempre é esquecida

Giro perdido
Sempre em busca de algo

Uma salvação
Um apoio
Apenas um motivo
Minha vida é assim
Uma caixinha de musica
Tantas voltas e giros
Rodopios sem sair do lugar
Corrida sem chão
A musica que guia
É aquela que nubla,entorpece
Vezes alegria, tantas vezes sem vida
Triste dança
Bailarina solitária
Em busca da nota que nunca virá
Do par que nunca a segurará
Do refrão libertador
De uma caixinha de musica
Que é minha vida..."

domingo, 21 de dezembro de 2014

Me calo. . .




" Me calo 
Sinto emudecer
Sentir s boca travar
Tristeza sem fundo
Um mastigar de filetes
Um engolir de sapos 
Maldição de ver e não pronunciar
Calo meus pensamentos
Minhas angustias
Meus quereres imundos
Sujos como minhas falas
Encardidos como minhas linhas
 Um maldito conselheiro
Mudo
Calado
Ensandecido
Torpe sensação
Que no fim trava a voz 
Olhar o sangue nas mãos
O ferro na boca
Punho contra o rosto
Roxos, gangrena em plena vida
Me calo
Sinto a voz sumir na garganta
Tristeza na beira desse precipício
Amargura de continuar
Dar o passo e não cair
Enfrentar a morte e ser recusado
Sempre...

As vezes me calo
E sempre me calam..."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Nevasca...




" Meus pés tocam o chão
Estou flutuando
Perdido
Em um mar de sentimentos...

Como posso reagir
Se estou aqui
Com as mãos atadas
O coração trancado com sete chaves...

Caminho tão nublado
Céu escuro em meio da tormenta
Meu ponto de fuga
Agora longe, distante...

Meus olhos já não focam
Essa neblina me cega
Me faz perder a existência
Duvidar de meus valores... Meus quereres...


Rumo sem mapa
Trilha sem bussola
Mar sem carta
Voar em plena tempestade só no visual...

Posso ir devagar
Remar e remar contra a maré
Dirigir sem nenhum combustível
Isso não vai me deter, não vai segurar...

No meio dessa nevasca
Sinto meu corpo congelar
Cada membro a queimar
Meu coração a resistir, se manter...


Busco o raiar do Sol
O oásis no meio do deserto
A ilha nesse oceano de trevas
O tom certo nessa aquarela...

Vou continuar
Pé depois de pé
Nesse caminho tortuoso
As vezes amargo, as vezes doce..."

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Levado balanço...




"Levado balanço
Que vem
Me traz
Me faz...

Fome desperta
Em simples
Gesto
Maldita inocência...

Doce ir
Pervertido vir
Sede inconseqüente
Desse provocar...

Brincadeira
Sedutora
Olhar quente
Corpo em brasa...

Gangorra de desejos
Cheia de prazer
E das mais
Devassas intenções...

Maldosa arte
Ir e vir
Prender
Pender...

Atiça o caçador
Corre e se esconde
Provoca e rasga as vontades
Grita, geme, chama e enlouquece...

Balanço levado
Leva minha sanidade
Traz esse meu monstro
Prestes a devorar...

Ir e vir
Subir e descer 
Louca vontade
Nesse balanço levado..."