sábado, 15 de junho de 2019

Entre três pontos. . .




" Quantas vezes
Comecei a escrever
E parei
Apaguei
Disse que não era nada
Era passageiro...

Mas a dor continua
As brasas continuam
Queimando
Queimando até a alma
As lagrimas secam
Antes de cair nas chamas...

Afinal sou isso, não é
Nunca serei seu poeta
Ou aquele que desperta
Um suspiro
Serei sempre... Isso...

Quantas vezes ?
Quantas vezes mais ?
Nesse silencio
Ninguém me escuta
A solidão ri
E a angustia saboreia...

Vou continuar
Caminhando
Sobrevivendo
O fogo não mais me machuca
Não queima mais
Não sinto mais...

As lagrimas não caem mais
A chuva não mais virá
Não existe um Deus para orar
Nem um inferno para amaldiçoar
Somente eu e o silencio...

Quantas vezes eu escrevi essas palavras
E apaguei
Coloquei reticencias
Esperando algo, alguém
Estender a mão
Dizer que entende
Que não estou sozinho...

Agora
Nada mais importa
Continuo caminhando
Sigo essa trilha
Ferro e fogo
Meus pés ardem, derretem
Não me importo mais...

Ninguém ouviu
Nem quando implorei
Ser levado sem machucar os que amo
Agora sigo
Sinto a dor
Tristeza
Os tons azuis dessa existência...

E entre três pontos
Enterro minhas dores
Sinto os ossos queimarem
Músculos estourarem
Sangue evaporar
Dor consumir cada fio de pensamento...

Não sou seu poeta
Muito menos o menestrel a encantar
Não sou fluente em nada
Muito menos o gênio com pedidos
Não sou nada
Muito menos ninguém...

Entre esses três pontos
Apago tudo
Entrego
E viro cinzas
Eu sei que nessa vida
Sou um par de dois
Perdedor
Nem azarão

Deixe-me em paz
Deixe o fogo fazer seu serviço
Esqueça-me no silencio
Pois nunca fui uma escolha
Sou apenas três pontos
Nessa vida... "

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Despertar...



" Noite lenta
Posso sentir
Seu calor
Abraço forte
Respiração na nuca
Arrepio, doce e verdadeiro
Mãos soltas
Relembrando suas curvas
Redescobrindo seus contornos
Revelando seus anseios
Caminhando pelo suor
Novamente
Me pego sentindo seu cheiro
Seu ardor
Gosto de mel
Sabor do pecado
Abraço esquecido
Nesse acarinhar
Em meus braços
Faz seu ninho
Em meu peito
Sua marca
Em minha vida
Seu deleite
Em minha fome
Noite fria
Posso sentir
As Saudades
De te abraçar
E esquecer do tempo..."