domingo, 21 de dezembro de 2014

Me calo. . .




" Me calo 
Sinto emudecer
Sentir s boca travar
Tristeza sem fundo
Um mastigar de filetes
Um engolir de sapos 
Maldição de ver e não pronunciar
Calo meus pensamentos
Minhas angustias
Meus quereres imundos
Sujos como minhas falas
Encardidos como minhas linhas
 Um maldito conselheiro
Mudo
Calado
Ensandecido
Torpe sensação
Que no fim trava a voz 
Olhar o sangue nas mãos
O ferro na boca
Punho contra o rosto
Roxos, gangrena em plena vida
Me calo
Sinto a voz sumir na garganta
Tristeza na beira desse precipício
Amargura de continuar
Dar o passo e não cair
Enfrentar a morte e ser recusado
Sempre...

As vezes me calo
E sempre me calam..."

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