terça-feira, 20 de março de 2018
Texto Solto. . .
" Não sou eu que corto seu destino.
Seus quereres.
Muito menos atrapalho seus amores.
Amor é muito mais que isso.
É permitir voar.
Deixar o outro ir em outros portos.
Conhecer o mundo e se assim quiser,
voltar.
É triste pensar que acha que iria te atrapalhar.
É muito triste achar que cortaria seu destino...
Nunca fiz isso antes, mesmo quando era mais egoísta.
Agora que estou mais...
... Triste, apático, frio e amargo... Não o faria.
Sou amigo, não inimigo.
Sou um cobertor não o frio.
Sou um vento, brisa suave...
... Não a tempestade que gera medo.
Mesmo assim estou aqui.
Mesmo depois de tudo.
Distante e observando.
Deixando voar e quem sabe...
... Ser o ninho no voltar.
Lembre de quem sou.
Lembre do amor que tenho.
Lembre..."
segunda-feira, 19 de março de 2018
Micro conto : Afeto e indiferença...
" Em um tempo perdido.
Um casal conversava.
A Voz bela e delicada, cantava animadamente.
E o Violão forte e dedicado, vibrando a cada instante.
Ambos formavam uma linda Musica.
Encantava a todos.
Juntos poderiam tudo.
A Voz embalava e sozinha as vezes seguia.
As vezes segura de si espalhava amor.
Outras vezes quase emudecida sussurrava.
Se sentia tão livre com seu Violão.
E as vezes tão dependente, e não gostava disso.
Queria desapegar ou apenas ser e não ser.
O Violão robusto ecoava.
Suas cordas de metal pareciam as vezes tão frias.
Que apenas se sentiam vivas junto a Voz, sua amada.
Queria sempre estar perto, ser útil.
E esquecia de si mesmo, da beleza de seu toque.
Queria estar perto e quase encobria sua Voz.
Ambos as vezes brigavam.
Discutiam e perdiam o ritmo.
Gritavam e faziam barulhos intensos.
Beiravam a loucura, indiferença. Solidão...
Mas entendiam que amar era assim.
O afeto é ser livre e estar perto.
Não necessariamente juntos, no mesmo tom.
Cada um pode ser o que verdadeiramente é.
Ser desapegado não é ser sem amor.
É voar como se quer com quem se quer...
Logo a Voz e o Violão se encontravam.
Faziam o que sabiam fazer.
Amor, amar, estar e ser.
Mesmo sem estar.
Ter o carinho e saber que a união
Seria assim leve. Como uma Musica, como a vida.
Um desapego amoroso..."
Toque...
"Sua beleza toca
enaltece
enlouquece
vicia como droga
faz sonhar
até um breve amar
maldita tua virtude
em me fazer
querer
quando não
devanear
quando devo viver
Succubus rubra
em seu prazer
esse lento toque
eu observo
seu clássico
é leve, claro, suave
intenso
Bendita demônio
que me faz almejar
essa musica. "
enaltece
enlouquece
vicia como droga
faz sonhar
até um breve amar
maldita tua virtude
em me fazer
querer
quando não
devanear
quando devo viver
Succubus rubra
em seu prazer
esse lento toque
eu observo
seu clássico
é leve, claro, suave
intenso
Bendita demônio
que me faz almejar
essa musica. "
sábado, 17 de março de 2018
Tempo. . .
" Desde do inicio
quando estive com você
de nosso primeiro olhar
um beijo com carinho, sabor proibido...
Tudo é vivo e belo
uma musica lenta
capaz de salvar essa pobre alma
segurar esse monstro, pecado improprio...
Mas parece que o tempo acabou
a musica fez uma pausa maior
eu parei e esperei
e você só continuou, passou por mim...
Agora lentamente eu vou atras
dia apos dia
mas você não olhou para trás
apenas me deixou, e eu sempre te esperei...
Agora o dia passa
nem mais pergunto por que fez isso
eu daria o mundo, venderia minha alma
porem estou muito atras, jogado com um par de dois...
Sempre estive com você
esse sentimento que vai
e volta sempre
não me deixou nenhum momento, como sou tolo...
Eu continuo a correr
mas sinto que não quer mais
ser minha cúmplice, parceira
eu agora estou tão perdido, apenas triste...
Vejo que está indo muito rápido
poderia olhar para trás
me esperar
ou apenas ir mais lentamente, me dar a mão...
Mas sei que muitas vezes eu disse vá
voe com suas asas
infelizmente
não sou um bom cobertor, que frio vazio...
Agora sinto a espiral
essa escuridão me alcançando
e mesmo que eu corra
não sei se dessa eu escapo, então vá e me deixe...
Não olhe para trás
finja que sou areia soprada
o ar frio de outono, chuva quente do inverno
sou apenas um segundo, perdido nesse tempo..."
sexta-feira, 16 de março de 2018
Micro conto: Perfume...
" Corriam.
Depois de um longo tempo se abraçavam.
O amor, carinho e desejo transbordava.
Não eram namorados ou ficantes, eram apenas eles.
Ele usava o cachecol que ela fizera.
Ela usava o blusão dele, largo e antigo.
O mundo era esquecido ambos só viviam aquele momento.
Sorrindo o maior puxa a fazendo sentar no colo a abraçando.
" Sabe que amo seu perfume" dizia a menina o mordendo "Meu,meu..."
Fazia carinha de levada.
"E eu viciei em seu perfume." Sabia ele que ela quase não usava.
Mas seu cheiro já era marcante para ele. Algo único.
"Somos como perfume sabia." Ela o olhava nos olhos, o beijava.
Seus cabelos sempre diferentes caiam pelo ombro, ela sorria.
Ele muito maior que ela a enlaçava com um abraço, seu cobertor.
" Por que somos assim?" Curioso perguntava deixando a mão pousar no quadril.
"Um dia somos fortes, marcantes... Outro dia nem existimos..." Dizia ela abraçando-o.
"Hum?" Ele franzia a testa tentando entender.
" Não fique assim seu bobo." Ela massageava a testa dele. " Somos assim, simplesmente assim." Sorria.
Entendia mas a testa continua tensa, sentia o toque dela e sorria.
" Gosto de perfumes únicos, daqueles que marcam, daqueles que você lembra com carinho." Cheirava a menor com um carinho provocante no pescoço. "Amo seu cheiro..."
" Bobo..." Se beijavam lentamente. Esquecendo o mundo, problemas, empecilhos.
Assim eram eles.
Ele voltava sozinho e abraçava o cachecol sentindo o cheiro de sua amada, sorria.
Ela voltava sozinha e se cobria com o blusão e misturava seu perfume com o dele.
Ambos tinham sua vida.
Seu caminho, seu próprio perfume.
E formavam um perfume único juntos.
Enquanto fosse assim livre."
Sangue. . .
" Parabéns
conseguiu matar
o que restava em mim
esperança, paz, amor...
O que resta agora ?
esse monstro
maldito
vagabundo...
Rasgo minha carne sim
irei enlouquecer
já estou mesmo morto
nada mais importa...
Devo agradecer
afinal morre a parte fraca
humana
patético romântico...
Nem a morte me deseja
afinal estamos em uma dança
desencontrada
ou apenas ela não quer me ver...
Continuo nessa existência inútil
completamente pobre
fraca
tênue felicidade...
Vida sem sal
sem sabor
sem nenhum amor
desisto...
Não sinto mais nada
dor, anseio, esperança, intensidade
apenas esse resto
um monstro desforme...
Não possuo mais fome
não possuo mais vida
um vazio
finalmente o nada venceu...
Agora sinto o sangue pingar
porem nada acontece
é como uma maldição
ser o ultimo, definhando...
Não sirvo para nada
nem para ser um brinquedo
sou apenas um maldito
um pedaço de lixo as moscas...
Agora não importa mais
o espelho quebrou
como algo dentro de mim
não quero mais, não vou mais...
Sou um monstro
arrastarei os dias
perdi o jogo, sou carta fora do baralho
obrigado por destruir o pouco que existia...
Vazio
frio
reflexo dessa alma
triste, tola, maldita e sem sentido. . ."
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