segunda-feira, 17 de julho de 2017
Micro conto: Guerreira...
Guerreira.
Treinada, moldada, hábil e sagaz.
Muitos poderiam dizer que é loucura,
outros nem acreditariam.
Ela forte mulher enfrentaria, tantos inimigos.
Dezenas e dezenas de ferozes cães,
de arma riste, apontadas para a heroína.
Sem nem suspirar se joga contra terríveis criaturas,
uma a uma tombando, derramando seu sangue,
espirrando no corpo alvo da jovem espadachim.
Regente da situação, delicadamente derruba seus nêmesis,
em seu olhar a serenidade de uma alma forjada.
Seus oponentes tentam resistir,
lutar e se opor a tal ágil lutadora,
apenas suas vestes se rasgam
mas nunca é tocada.
Seu corpo é uma arma, finamente utilizada
cada giro, cada sorriso, ela está em seu lugar.
Banhada pelos inimigos feridos e caídos,
finalmente ela suspira, aliviada.
Deusa das laminas anda sobre os derrotados,
em insano êxtase sorve sangue da lamina,
seu corpo escorre suas vitimas.
Observa seu espolio.
Satisfeita.
Nascida para guerrear.
quinta-feira, 6 de julho de 2017
Árido. . .
" Terra árida
maldito caminho
terra seca
maldita vida...
Ando pelo deserto
sozinho
pensativo
triste...
Serei eu quase tão árido
volúvel como esse punhado
de areia
maldita vida...
Vivendo de restos
sem nem amor
nem uma gota de água
lábios rachados...
Pés descalços
sinto o queimar lento
as feridas abertas
o estômago já sem vida...
Não sinto mais minhas mãos
quanto tempo vai durar
tempo esse a não passar
diga-me o que fiz, que pecado cometi...
Deixo meu rastro
mas ninguém vai procurar
é um caminho sem volta
terra seca...
Nos poucos momentos
entre o frio e o calor
os olhos pesam
pesadelos vem, apenas retorço...
Tantas vertentes
essa escolhida
longe do que realmente poderia ser
maldito caminho...
Agora corvos me olham
nem banquete serei
magro
perdido...
Chacais caminham
esperam meu cair
o fraquejar dessas
velhas pernas...
Minha mente me trai
atrai
novamente para esse deserto sem vida
terra árida..."
terça-feira, 4 de julho de 2017
Brincadeira de dormir...
" Seu segredo noturno
soturna forma de brincar
perdida em seus sonhos
aqueles anseios lindos
sorria ao ver
ponta de dedos enrugados
o cheiro atraente
doce mel espalhado
tentação de um provar
tão cheio de pecado
exuberante luxuria
provada e degustada
brincadeira lenta
longa ciranda que não termina
o corpo pequeno em gangorra
indo e voltando
como se o tempo fosse escravo
respiração rápida
pés esticados
tensão prestes a explodir
pequena levada
descobrindo os caminhos ocultos
novas curvas e maneira
deleitar de tal noturno
segredo..."
Micro conto : Pecados . . .
Novamente a jovem sai de sua casa.
Arrumada com seu perfume mais suave,
em seu vestido florido.
Diante o templo ela agacha
pedindo seu primeiro perdão.
Adentrando, admira como sempre, a beleza
imponência do lugar.
Sem nem desfiar o olhar chega ao destino,
onde os pecadores
teria redenção...
Abrindo a pequena porta profere as mesmas palavras.
Quando se tranca sente um estranho conforto
ou será um olhar.
Lábios rubros singelos quase puro proferem
seus últimos sonhos,
num impulso sua pequena mão aperta
onde sente arder,
com aquele simples gesto se sente mais pecadora,
porém viva.
Devaneando sobre amantes insólitos em plena luxuria,
todos disputando tão alva alma
tão pura e devota mulher.
Que tomada pelo pecado sente o inferno se formar
tomar conta
de suas entranhas, o rubor quente da culpa
estapeia sua face.
E por fim espera sua punição... Sua redenção.
Estranhamente, como das ultimas vezes,
escuta apenas aquela reza baixa.
Respiração descompassada, quase louca,
um implorar sedento...
... Será que o homem de fé estava a lutar
pela alma desgarrada da jovem?
Grunhidos e palavras desconexas,
seria o linguajar dos anjos ?
Assim matando os demônios que a perseguiam
noite após noite?
Não tinha coragem de olhar para o lado,
mas ouvia um som úmido, continuo...
Seria a água benta se espalhando para domar
os espíritos malignos ?
Curiosa o olhar se ergue, apenas um pouco..
um pouco apenas...
Mordendo doces e intocados lábios
deixando mais rubros
ela por um momento viu
seria a presença divina?
o poder de romper o limite da carne ?
a bênção?
Logo o homem de fé a mandava sair,
a voz era fraca e exausta...
a batalha tinha sido travada
para ela fora vencida,
porem para ele...
... Perdida.
Sentindo-se livre ela caminha,
novamente pura ela caminha.
Entretanto ao lembrar da bênção
ela morde os lábios e reza,
se permite querer mais sonhos impróprios
e assim poderia espiar a bênção majestosa
daquele homem de tanta fé.
Um sorriso lindo se formava e apertando as pernas
a pura menina mulher caminha.
Contando as horas para seu ritual diário
de purificação..
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