quinta-feira, 6 de julho de 2017
Árido. . .
" Terra árida
maldito caminho
terra seca
maldita vida...
Ando pelo deserto
sozinho
pensativo
triste...
Serei eu quase tão árido
volúvel como esse punhado
de areia
maldita vida...
Vivendo de restos
sem nem amor
nem uma gota de água
lábios rachados...
Pés descalços
sinto o queimar lento
as feridas abertas
o estômago já sem vida...
Não sinto mais minhas mãos
quanto tempo vai durar
tempo esse a não passar
diga-me o que fiz, que pecado cometi...
Deixo meu rastro
mas ninguém vai procurar
é um caminho sem volta
terra seca...
Nos poucos momentos
entre o frio e o calor
os olhos pesam
pesadelos vem, apenas retorço...
Tantas vertentes
essa escolhida
longe do que realmente poderia ser
maldito caminho...
Agora corvos me olham
nem banquete serei
magro
perdido...
Chacais caminham
esperam meu cair
o fraquejar dessas
velhas pernas...
Minha mente me trai
atrai
novamente para esse deserto sem vida
terra árida..."
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