segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Voo . . .



Sinto que preciso... 
navalhar minha carne...
não com o fio que corta...
mas com as palavras que marcam...

Sempre quis algo como o que tive... 
Ou tenho... 
Ou achei que tinha... 
Ou que nunca realmente foi meu ...

Porem agora preciso abrir mão... 
Como passar um bisturi cego pelo olho
Lixar a pele com arames farpados ...
E jogar álcool para aliviar... 

Simples palavras doem mais que meu corpo
Minha mente é forte o suficiente para torcer os músculos
queimar as solas do pé... 
no momento que tenho que andar quilômetros. 

Eu me importo ... isso ainda me prende... 
isso ainda me faz focar... 
olhar... 
Acreditar... 

Pois se perder isso...
serei o monstro que fujo... 
nada e nem ninguém ...
Serei um espelho distorcido para sempre... 

Não é a situação ... é o que estipulei... 
O voo da aguia é maior ... 
Porem não queria alçar esse voo...
Solitário e perdido... 

Pois não vou voltar... 
O cume é alem...
O ápice é muito alem... 
O limite não mais existirá... 

Ler minhas palavras sentirá o amargo ...
Sentirá o sabor ocre que sinto... 
O acido que escorre pelas veias ... 
A fome que retorce e macera.

Não é um peso ... não sinta isso ... 
Não é a intenção .. pelo contrario... 
É como uma carta de despedida... 
Pois se eu voar... quero que saiba que não teve culpa

Mas estou a ponto de desaparecer em pleno ar...
Evaporar como a agua que se agita demais...
Apenas um vento... 
Uma lembrança... um devaneio... 

Não se culpe... não é isso... 
Ainda estou aqui... e ali...
Mas se eu for... 
Apenas lembre se ... 

Que não vou voltar... acho que por vc voltaria
O cume é alem... e quero que veja essa beleza alem de tudo
O ápice é muito alem... que seja meu farol...
O limite não mais existirá... ilumine, guie, oriente... 



Nenhum comentário:

Postar um comentário