sábado, 14 de junho de 2014

9 Círculos - Cerro de Harpagão - 4 círculo.


“Chego onde não deveria estar
Afinal de todos os pesares
Pecados e crimes
Esse eu não tenho...

Minha pista aqui é rápida
Uma reta
Ladeira traiçoeira
Quase escorregando nessas malditas moedas...

Vejo o cume de tal fronta
Lá cinco
Os mais gananciosos
Pecadores de Cobiça e Acumulo...

Fortuna me segue é minha guia
O azarado mais sortudo
Ou o sortudo mais azarado
Ainda não tenho essa resposta.

No meio desse caminho
Não me sinto sujo
Nem imundo...
Apenas observo com nojo

Como podem querer tanto
Serem tão vazios
Terem tanto e tão incultos
Cheios de um nada, não natural...

Os cinco ficam como reis
Das colinas que se formam
Outros em baixo, são vis, chulos, pervertidos
Cuspindo ofensas e ladrando agouros...

O disforme e sua moeda
Velho e seus fantasmas
O filho do pensador iluminado
A Tola que tudo queria...

… O ultimo é meu retrato
Disforme e amargo
Triste e envaidecido
Longe do que sou... sem rir... sem amar...

Plutão e Fortuna me guiam...
É a descida mais rápida
Um circulo que não possuo...
Mas ainda me sinto triste...

Continuo meu caminho
Agora desço mais em minha vertente
Minha virtude
Meu monstro...

A ira me domina
A cólera persegue
E fantasmas do passado surgem
Meu próximo passo é obscuro...

Esfinge de mim
Mistério e trocadilho
Perdido enigma
Caído para a próxima escadaria...”


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