quinta-feira, 5 de junho de 2014

9 cirulos - Arquivolta Descomedida – 2 Circulo.




“ Vale dos ventos
descendo e descendo
apenas passos dentro de mim
uma maldita espiral caindo e caindo...

Chego em minha segunda parada
momento
um tempo
uma parcela de tudo...

Ele vem com suas duas concubinas
Arlequinas de pureza e luxuria
Succubus... historias...
Casta e bela... Puta e devassa...

Minos e Sade
ouvintes e escritores
declaradores da mais hedionda
forma de libidinagem avida do apetite...

Mesmo desigual
são meus guias na terra das brisas
mostram-me os mais sujos pecados
a lascivia em prosa e verso...

Afrodite me encanta
seduz e dança
como não querer e desejar tal afronta
amor que de joelhos sinto
frio calafrio...

Deusa do nilo
Anuket vida em flor
Germinação em cada vertente
cada vértice perdido
ventania arenosa...

Bebo o vinho de Dionísio
Sorvo em seu cálice
loucura no êxtase
risos nesse deserto
insanidade triste....

Eros primordial
primeiro dos pecados
coito de vontade
excesso tempestuoso
entre reis, rainhas, deuses e deusas...

Freyja guerreira
armada nessa nevasca
fria corrente
movimenta as estações
limbo maldito...

Kamadeva que me ensina o impensado
tutela, rege e pratica
constroe e ludibria
deleite lento... calmo... experiente...
dança ritmada...

Em pleno mar rubro
a primeira esposa me encontra
mostra-me o que é volúpia
trevas em minha volta
caminhar ao terceiro circulo...

Pan toca
implora
fome que consome
sua maldita forma
exuberância plena...

Tlazoltéotl fogo em pássaro
deusa em pecado
imortal... imoral... avidez
gana...gozo...fúria...
Sou um homem perdido...

Vénus joga comigo
dança como antigamente
me faz sonhar com o impossível
que meu circulo é esse
… mas perdido estou … longe de tudo... todos...

O primeiro é o ultimo
Sade em dó menor
sorri... encanta... convida...
chicoteia e emerge...

Julliet canta
distorce
julga
envenena com seu vão amor...

Justine apenas diz...
… Seu lugar não é aqui
continue... prossiga... caminhe
sua estadia acabou o limbo não é seu destino final...

Frio calafrio
ventania arenosa
insanidade triste...
entre reis, rainhas, deuses e deusas...
limbo maldito...
dança ritmada...
caminhar ao terceiro circulo...
exuberância plena...
Sou um homem perdido...
… mas perdido estou…
longe de tudo...
todos...”
 

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