sexta-feira, 6 de maio de 2016

Segundo ato...


" Nossa velha cantiga
Dança ardente
Densa cumplicidade
Devoção e dominação...

Templo de entrega
Paredes silenciosas
Testemunhas
Dos mais luxuriosos pecados...

Do batismo em fogo e couro
Amarras cuidadosas
Cera quente
E o doce frio de brincadeiras com gelo...

Minhas mãos em plenos abusos
Marcando sua pele
Seu corpo
Te fazendo lembrar, meu monstro...

Óleo a confundir com suor
Escorrendo lentamente
Despudoradamente
Lindo pingar...

Nossos cheiros se mesclando
Vontades a se unir
Gemidos a confundir
Pleno e alvo êxtase...

Eu a guiar
Em suas águas mais profundas
Redescobrindo seus piores almejos
Desenterrando seu demônio faminto...

Meu provar demorado
Sorvendo
Degustando
Saboreando como é bom ser seu ...

Mão perdidas
Usadas
Serviçais, em um único objetivo
Seu prazer...

Pescoço apertado
Cabelo Puxado
União
Como dois animais sedentos...

Quantas vezes já dançamos?
Saciamos nossa luxuria
Intensa simbiose
Louca nossa maneira de não ser...

Sem um roteiro, rodeios
Seguimos apenas um querer
Você em minhas mãos entregue
E eu pleno somente seu...

Senhor de sua satisfação
Dono de seu gosto
Mestre de seu jubilo

Possuidor de seu gozo...

Demônio que me possui
Amante que rasga minha alma
Amada cúmplice  dona de mim
Mulher que me incendeia enfeitiça...

Por fim ambos exaustos
Completos
Abraçados
Como um, sorrindo, Satisfeitos..."



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