sábado, 19 de julho de 2014

9 Circulos - Furor Divino - 5 circulo.


“Circulo danoso
Pecado verdadeiro
Aqui me encontro
Onde realmente sou culpado...

Ira que consome
Dia após dia
Noite após noite
Fracasso após maldito fracasso...

Meus punhos se cerram
Cólera suja
Sou um pecador imundo
Sinto meu sangue ferver...

Rio Estige
Reflexo podre de meu passado
Mãos cobertas
Quantos fantasmas devo carregar...

Inferno borbulhante
Ringue dos irritados
Socos, tapas, ofensa, olhares
Cale-se maldita voz, suma de mim...

Deixe-me afogar em ódio
Perdoe-me sou indigno
Permita que me entregue
Sufoco com meus rancores...

Mas continuo
Entro com o flagelado
Vejo o retrato de sua filha, sua ira
Em chamas, em enxofre...

Nessa barca resmungo
Nesse circulo vejo
Minha pior face
Distorcido pela gana, pela zanga...

Quanto mais se rema
Mais se atola em lixo
Olho para o rio
E vejo guerra, amores, anjos...

Longe de terminar vejo Dite
Cidade dos pecados
A culpa dos não não culpados
E o dolo dos sem visão...

Chama divina
Mil seres de luz caídos
Ferro e pedra
Proteção contra quem ???

Raiva impensada
Soco o chão, sangue se esvai
Ranjo os dentes, trinco um a um
Rasgo a pele, em asco de minha vida

Sou eu, grito
Sou um monstro nojento
Um lixo, um fracassado, o nada
Existência maldita, em carne e osso..

As três fúrias me olham
Um sorriso sádico se forma
Elas que precisam de proteção
Sou eu um demônio, um monstro...

Megera
Rancor, inveja, inveja e cobiça
Mostra seu anel de ouro
Merece minha mão no pescoço, sufocada...

Alecto
Ira, cólera e soberba
Mostra sua coleira
Merece ser espancada em gritos de prazer...

Tisfone
Culpa, remorso, assassina ou vingadora
Mostra seu açoite
Merece meus braços, perdida em meu enlace...

Hidras e Medusa
Correntes e labareda
Anjos com demônios
Meus fantasmas falsos orgulhos...

Devo continuar
Recebo uma dadiva traidora
A chave do falso perdão
Abandono meu circulo

Devo agora ser herege
Porta aberta
Circulo dos falsos
Cemitério de verdades...”

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