Estar na chuva...

"Chuva em minha janela
Doce chuva
Cai lentamente
Nessa noite antiga...

Quantas memorias
Quantos momentos bons
Dias de chuva
Sempre tem antigos sons...

Olho pela janela
E vejo os fantasmas
De um passado
Simplesmente passando...

Serei eu ou a chuva
Que trás de volta
Tantos sentimentos
Boas lembranças...

Beijos
Abraços
Carinhos
Solitários...

Posso ver claramente
Um tolo jovem a correr
Um homem enganado a sorrir
O mais claro dos dias chovendo...

Nessa doce chuva
Sempre lembro de dias
Tão especiais
Tão únicos...

Consigo enxergar
Juras de amor
Abraços demorados
Ou simples reencontros...

Sinto essa chuva
Como o prenuncio
De bons tempos
Um batismo, nessa doce chuva...

Faça-me esquecer tudo de ruim
Recordar apenas do que é especial
Deixe a chuva cair em mim
Lavar todas as almas perdidas...

Chuva cai em minha janela
Me faz lembrar de que sou humano
Que já vivi tanto e tantas vezes
Vejo tantas vidas 

Em chuvas como essa
Sinto-me em casa
Mesmo um pouco perdido
É só uma saborosa lembrança...

Vejo um homem perdido
No meio da chuva
Correndo para seu amor
Suas rosas jogadas no chão...

Lembranças antigas
Alguns perfumes
Todos aqueles toques
Apenas seu olhar...

Agora estou na chuva
As gotas caem pelo corpo
Lavando o homem tolo
Tentando tirar suas chagas...

Deixe-me aqui nessa chuva
A janela já esta quebrada
Não importa mais não se molhar
Lave a alma tão amargada...

Olhe pela janela
Pois estou  olhando para ela
E agora é um bom momento
Nesse doce chuva...

Chuva em minha janela
Doce chuva
Cai lentamente
Nessa noite antiga...

Faça-me esquecer tudo de ruim
Recordar apenas do que é especial
Deixe a chuva cair em mim
Lavar todas as almas perdidas...

Vejo um velho homem na chuva
Com seus valores e dores
Com suas vitorias e sabores
Se batizando nessa mesma chuva 
         que bate na janela..."